Desenvolvimento humano: o embate entre os conceitos de crescimento econômico, sustentabilidade ambiental e as liberdades constitutivas e instrumentais de Sen
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Resumen
As últimas décadas foram marcadas por conquistas econômicas, sociais e políticas a despeito do aumento da pobreza em várias regiões do mundo, como uma espécie de corolário da expansão capitalista, como já se sabe desde pelo menos o início do século XIX na Inglaterra: imensa expansão da riqueza e surgimento de níveis inusitados de pobreza. Assim, antigos e novos problemas ainda afetam grandes contingentes populacionais em várias partes do mundo. Persistem antigas tragédias sociais, como a fome, desnutrição, mortes evitáveis, analfabetismo, desigualdades insuportáveis, não participação política, ausência de cidadania e de direitos humanos elementares, guerras e aumento de práticas fundamentalistas que resultam em perseguições religiosas e étnicas.
Inúmeros países mantêm-se à margem dos avanços obtidos na modernidade. Nesse contexto, as chamadas ciências sociais não se esquivaram da tarefa de compreender e interferir nessa realidade. Não faltaram explicações e predições, umas mais prudentes, outras menos realistas. As ditas teorias do desenvolvimento, oriundas em grande medida de discussões iniciadas nos trabalhos da economia clássica, ganharam força, sobretudo a partir de finais do século XVIII. Desse momento em diante, as ciências econômicas passaram a responder pelas questões relacionadas ao desenvolvimento, que incorporaram definitivamente o adjetivo a primazia do econômico, com ares de cientificidade que angariou fama e posterior reputação acadêmica2
. A ampliação das divers as formas de riqueza passou a compor os critérios de definição e as formas de mensuração do
desenvolvimento. Os sistemas de contabilidades nacionais, representados pelos inúmeros agregados econômicos, passaram a integrar sucessivos indicadores econômicos utilizados.